A pandemia do Coronavírus impactou diretamente as fundações de apoio. Logo, essas instituições precisam adotar uma série de medidas para reduzir os prejuízos e, principalmente, superar esse período e funcionar bem quando tudo se normalizar.
Neste artigo, mostraremos um panorama geral da situação e quais são as expectativas para o futuro dessas organizações. Em especial, apresentaremos a visão da FUNDEP (Fundação de Apoio da Universidade Federal de Minas Gerais) neste contexto.
Acompanhe-nos nesta leitura!
IMPACTOS DA PANDEMIA NA FUNDEP
A crise impactou a maioria dos empreendimentos brasileiros, e não foi diferente para as fundações de apoio. Nesse sentido, o primeiro impacto para a FUNDEP foi a previsão de redução de 30% na receita nos primeiros momentos da crise, especialmente nos projetos de pesquisa mais tradicionais.
Afinal, grandes empresas brasileiras interromperam alguns projetos, como por exemplo a Petrobras, o fluxo de capital reduziu e foi necessário realizar adequações para que a fundação e os projetos continuassem funcionando.
Por outro lado, ocorreu a entrada de novos recursos graças às pesquisas que iniciaram em função do surgimento da pandemia. Logo, foi possível balizar a entrada de recursos na fundação, necessitando de trabalho constante para administrar a entrada de receitas dos projetos realizados.
Além disso, a FUNDEP adotou a política de não demitir os seus colaboradores durante a crise. Ao contrário do restante do Brasil, a fundação vem contratando mais pessoas para executar atividades relacionadas a esses novos projetos e estudos que estão surgindo.
AÇÕES PARA AUXILIAR A RECUPERAÇÃO NESTE PERÍODO
Durante este período pandêmico, é necessário adotar algumas ações cruciais para a manutenção das fundações. Uma delas, sem dúvida, é a adoção de medidas para que o trabalho em meio online possa ocorrer de forma eficiente.
A seguir, alguns pontos considerados importantes que estão sendo adotados pela FUNDEP para superar este momento de crise:
– A fundação deve criar um mecanismo de gestão para que os colaboradores mantenham o mesmo desempenho no trabalho em home office, se comparado com as atividades realizadas dentro da fundação de forma presencial. É essencial que este mecanismo de gestão seja eficaz, como, por exemplo, reuniões periódicas entre a equipe, clareza na distribuição de tarefas e métodos efetivos para o seu acompanhamento.
– Formatação de relacionamentos e interfaces mais ativos entre os colaboradores e os pesquisadores. Ou seja, neste momento de crise, a fundação precisa aproximar dos seus clientes, dando todo o suporte necessário, mostrando presteza e fortalecendo os laços de confiança. Essa proximidade gera oportunidades de eficiência e também de captação de mais projetos.
– Por fim, o mindset que a fundação pretende adotar para a recuperação durante este período e a continuidade pós-pandemia deve ser o de atividades mais criativas e menos mecânicas, menos operacionais e mais estratégicas, menos individualistas e mais cooperativistas e integrais.
Essas são as características básicas. Logo, a FUNDEP vem trabalhando na orientação e formação dos seus colaboradores para atuação dessa forma. Além disso, as novas pessoas que ingressam na fundação já estão se adequando nesse perfil exigido pela instituição.
Segundo o prof. Alfredo, presidente da FUNDEP, é importante ter em mente que a pandemia do Coronavírus — exclusivamente sob o ponto de vista das organizações e os impactos causados nelas — nada mais é que um acelerador de cenários que aconteceriam em períodos futuros e de forma mais fragmentada se ela não tivesse ocorrido. Obviamente, sem esquecer de mencionar o fato das terríveis consequências na vida e saúde de milhões de cidadãos do mundo inteiro.
Ele ainda completa, dizendo que isso significa que o momento de crise que estamos vivendo apenas antecipou uma mudança que seria necessária graças a toda a evolução tecnológica que estamos vendo acontecer a cada ano e que já era óbvia de acontecer.
Portanto, podemos concluir que o mundo pós-pandemia não criará um novo mundo, mas exigirá das pessoas, empresas e fundações de apoio uma realidade que já existia e que a maior parte dessas organizações, simplesmente, tentava ignorar de várias formas.
Essa mudança de mindset pela qual a FUNDEP vem focando em transformar nos últimos anos de sua gestão busca exatamente mitigar e transcender essa modelo de atuação e, se não menos, razão de existir da fundação de apoio.
RESULTADO DO MODELO DE FUNCIONAMENTO DA FUNDEP
Como em todo negócio que mudou do meio presencial para o online durante a pandemia, a FUNDEP teve um tempo para se adequar a essa nova metodologia de trabalho totalmente remota. Inicialmente, a FUNDEP deixou de ser uma fundação de apoio para realização de gestão administrativa. Afinal, essa parte mais mecânica e operacional desse tipo de administração será feito por máquinas no futuro. Nesse caso, atualmente, ela atua como uma executora de projetos.
Nesse sentido, um diferencial da FUNDEP foi a facilidade em se adequar às necessidades geradas pela pandemia. Em menos de 48 horas, a fundação foi capaz de migrar toda sua operação para o modelo de home office, operando na mesma intensidade que o meio tradicional.
Sobre esse ponto, vale a pena ressaltar que toda a fundação funcionava no sistema convencional e não possuía nenhuma metodologia pré-aprovada para o trabalho em home office. Isso só foi possível graças à descentralização e horizontalidade de sua estrutura. Fundações muito verticalizadas e com um amplo processo hierárquico teriam dificuldades em implementar um regime de trabalho remoto com tanta eficiência e de maneira tão rápida.
EXPECTATIVA PARA O FUTURO PÓS-PANDEMIA
Uma coisa é preciso ter em mente: tudo isso, um dia, vai passar e ficará no passado. Sendo assim, precisamos pensar sempre no futuro e utilizar os momentos que ficaram para trás apenas para proporcionar algum tipo de referência e nada mais.
As pessoas que atuam em fundações estiveram muito focadas em uma área operacional na gestão dos projetos. Logo, teremos uma grande transformação nesse aspecto. A FUNDEP, por exemplo, vem atuando de forma diferenciada, desenvolvendo programas para mitigar esse tipo de controle mental.
Nesse sentido, o foco é a governança distribuída ou liderança fragmentada. Em outras palavras, significa a divisão de poderes de forma mais intensa, dando ao indivíduo, que anteriormente era focado exclusivamente no operacional, maior necessidade de tomada de decisões em uma atividade que exigirá mais do intelecto, bom senso e características intrínsecas da pessoa.
A expectativa é que o trabalho mecânico — que já diminuiu bastante com o surgimento de novas tecnologias e métodos — reduza ainda mais no período pós Coronavírus. Essa pandemia é um grande teste para o futuro que está por vir. Nesse contexto, as fundações que não se adequarem às mudanças podem ficar prejudicadas.
Como você pode perceber, a FUNDEP é um claro exemplo de fundação que está preparada para o período pós-pandemia e para os novos processos que farão parte do dia a dia dessas instituições, utilizando as ferramentas tecnológicas mais avançadas da atualidade.
Assista na íntegra a LIVE do Conveniar que contou com a presença do presidente da FUNDEP, professor Alfredo Gontijo de Oliveira. Veja abaixo:
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